Vou lançar a teoria do poeta sórdido.
poeta sórdido:
Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida.
Vai um sujeito.
Sai um sujeito de casa com a roupa de brim branco muito bem engomada, e na primeira
[esquina passa um caminhão, salpica-lhe o paletó de uma nódoa de lama:
É a vida.
O poema deve ser como nódoa no brim:
Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero.
Sei que a poesia e também como o orvalho.
Mas este fica para as menininhas, as estrelas alfas, as virgens cem por cento e as amadas
[que envelheceram sem maldade.
{Manuel Bandeira}
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